15 julho 2014

Resumão FOB na COPA: O CASTIGO PELA SOBERBA


Antes de começarmos a primeira parte desta série, é bom dizer que fomos simpáticos à nomeação de Luís Felipe Scolari para o comando técnico da seleção.

Naquele momento, o grande erro da CBF era ter insistido além da conta no trabalho infrutífero de  Mano Menezes. Com a seleção ainda sem padrão de jogo, sem vencer um amistoso sequer contra seleções relevantes, sem poder de reação por mais de 2 anos e faltando apenas 7 meses para a Copa das Confederações, era tarde demais para a CBF apostar em um nome novo. Com pouco tempo, era preciso trazer alguém que já deu certo, que pudesse respaldar o time. E para o que foi proposto, funcionou.


26 de maio. A Seleção se apresentou para o grande desafio. No lugar da desconfiança gerada pelas Eras Dunga e Mano Menezes, a esperança sob chancela de Luís Felipe Scolari e Carlos Alberto Parreira. Assim, o Brasil vinha renascido das cinzas de um título incontestável da Copa das Confederações e com uma convincente goleada sobre a atual campeã e temida Espanha. Mas com isso, claro, a responsabilidade aumentou.



A Copa era em casa novamente. 64 anos depois, a única coisa que importava era apagar a marca do Maracanaço de 1950 e honrar a memória dos condenados heróis daquela fatídica final.


O clima era o melhor possível: paz com a torcida, adoração da mídia que tinha passe livre na Granja Comary e um clima de já ganhou que beirava o desdém da cúpula da CBF, comissão técnica e dos jogadores. A arrogância era tanta que, certos do título, a seleção só jogaria no Rio de Janeiro na final do torneio. O cenário era perfeito para um "céu de brigadeiro".


Mas, como previmos no nosso post sobre o empate contra o México (clique aqui para ler), nossos maiores temores aconteceram e a Seleção se tornou protagonista de um dos maiores vexames da história da Copa do Mundo.

Sem comando, sem vontade, preguiçosa, previsível, displicente e apática, mas com uma garganta ótima para cantar o hino, a seleção foi seguindo no torneio arrastada. Com os problemas ofuscados pelo clima de "já ganhou" instaurado em sua concentração, o Brasil não fez uma partida sequer convincente. Nem os 4x1 contra a combalida seleção de Camarões refletiu o que foi de fato a partida.

A verdade é que a seleção, assim como a de 2006, optou por ganhar a torcida pela mídia, ao invés de pela bola. Abriu seus "treinos", que foram escassos, ensaiou a maior capela de hino nacional do mundo e só. Todos pareciam depender unicamente do talento de Neymar. Uma vez caçado em campo, os outros 22 convocados não tinham competência para apresentar um plano B ou resolver. Ou seja, a nova família Scolari tinha 23 convocados que não davam 2 jogadores. 


E isso foi ficando evidente e cada vez mais preocupante nos jogos seguintes. O desmoronamento emocional diante da seleção chilena, a falta de opções e lideranças para gerenciar um jogo ganho contra a Colômbia que se tornou dramático em seu final... mesmo assim passamos... no bambo, mas passamos.

Quiseram os deuses do futebol que o castigo viesse através de uma seleção com tanto peso na camisa quanta a nossa. Nosso primeiro confronto com um também campeão mundial nessa copa. Enquanto a mídia chamava de final antecipada e outros veículos faziam os cálculos para a provável "final das finais, Brasil x Argentina, a Alemanha vencia, convencia, encantava, se divertia, conquistava a torcida e se preparava humildemente com respeito para o confronto contra os donos da casa. Já o Brasil... treino que é bom, nada... só 10 minutos mesmo porque Bernard já "sabia o que fazer". O resultado, nunca esqueceremos. 7x1, aula de futebol e piedade dos algozes que admitiram tirar o pé para não humilhar ainda mais. 



E enquanto o sonho do hexa em casa ia por água abaixo, a comissão técnica ao invés da humildade do "mea-culpa", preferiu se inflar e usar como escudo a patética leitura da cartinha de uma tal de Dona Lúcia... Ao invés de buscar no terceiro lugar um pingo de dignidade, preferiu-se insistir na arrogância, na ausência de treino e ainda poupar os jogadores criticados de uma merecida vaia. Fred, Daniel Alves, Marcelo, Scolari TODOS mereciam e deviam isso à torcida.



Mais uma vez a torcida fez a sua parte, a seleção novamente que não. O resultado, uma nova goleada. Agora da Holanda que, mesmo desmotivada, não precisou de muito esforço para meter 3 gols na mais frágil das seleções brasileiras. Sacramentando, assim, um final melancólico para uma federação que encarou o principal torneio de futebol do planeta como encara os campeonatos que organiza.

Mais quatro anos perdidos. E pelo que vemos, nada irá mudar. Já que 2006 não serviu de lição, que o vexame de 2014 e todos os recordes negativos gerados por essa campanha medíocre sirvam. A arrogância nos garantiu um Hexa antes mesmo de termos entrado em campo. Mas o profissionalismo venceu a soberba (ainda bem).

Mas uma coisa, temos que reconhecer: com o Mineiraço de 2014, essa "seleção" ao menos conseguiu fazer com que a seleção de 50 descansasse em paz.


Ficamos aí na torcida por melhores ventos em 2018. Isso se conseguirmos montar um elenco que não se arraste pelas eliminatórias.

Saudações RubroNegras e até o próximo post da série.

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