No futebol, glória e trevas caminham de mãos dadas.
Nessa nada surpreendente caixinha, ídolos brotam num instante e arruínam-se a mesma velocidade.
Eduardo Ramos vestiu a camisa do Sport em 41 jogos nesta temporada. Esteve fora em apenas três dos 44 disputados pelo Leão. Foi campeão pernambucano sendo eleito o craque da competição e pouco mais de três meses de sua efêmera consagração não sustentou seus problemas pessoais, acusou o golpe e pediu dispensa do clube.
Parte fisicamente, porque em espírito já havia se ausentado há tempos…
Aquele jogador disposto, driblador do começo do ano foi consumido pelos seus próprios fantasmas (que se manifestavam à noite) e metamorfoseou-se numa lembrança de atleta.
Visivelmente cansado, enfraquecido, descomprometido, não agüentou o peso da pressão às costas.
Diz-se covarde aquele que em meio a uma dificuldade pensa com as pernas.
Foi o que fez!
Aquele incapaz de demonstrar amor, já que isso é privilegio dos corajosos.
O que Eduardo Ramos não mostrou ser.
Foi corrupto consigo mesmo, marcou um gol contra si mesmo.
Assumiu todas as pechas que lhe serão atribuídas, pode ter colocado em risco uma carreira promissora considerando sua qualidade em campo.
Aos 24 anos, o maestro (como chegou a ser chamado pelo torcida do Sport) terá de aprender a reger a própria vida para se restabelecer não só na carreira como no mais disputado dos campeonatos, chamado: vida, que é cheia de relevos…
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Esse texto de Tiago é tudo o que eu queria dizer e não consegui. Talvez pela alegria do momento, talvez por não ter mesmo as palavras certas pra falar. No entanto, a abordagem dele em "Rendeu-se", descreve bem a essência do ocorrido.
A coragem do jogador para enfrentar o problema e seguir adiante foi menor que a de desistir de tudo.
E valeu Tiago pelo texto e por autorizar a publicação.
Um comentário:
Valeu Tiago.
Muito bom.
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